domingo, 11 de maio de 2014

     O Mentecapto*

                                         Thiago Satiro

Insólito, Incolor, Inodoro
A vida de uma praga terminada
Na tortura plasmática enforcada
No Aqueronte de Hades apavoro

Mão descarnada que toca minh'alma
Em um mieloma cerebral horrendo
Coberto de vermes por lá gemendo
Triste, o desembestado, espalma

O dragão mortífero ali destrói
Nebulosas mentais em mim corrói
Choram por aqueles que não me entendem

As insanas partes do mentecapto
Que aos poucos com os vermes me adapto
Nas cabeças dos que não se arrependem.

*(louco, idiota,fraco de espírito)


































(Imagem da artista plástica e publicitária espanhola Alicia Martins Lopez)

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

O sabor amargo do Vinho tinto - parte 2



O sabor amargo do Vinho tinto - parte 2


                                                                                                                      Thiago Satiro Salvador

Virgílio pegou o telefone novamente, confiante, e ligou para Célia. Dessa vez ele falou.

-Célia, er.....(soluços nervosos)....Célia....você gostaria de sair comigo hoje à noite? Podemos tomar um bom vinho, colocarmos os assuntos em dia e escutar uma música ao vivo. Um amigo meu estará tocando nesta noite em um bar que se localiza na orla da Pampulha.

Célia aceitou o convite, afinal era normal eles encontrarem para jogar conversa fora, embora, tivesse notado que Virgílio estava estranho nos últimos dias. Estranho.... Isso a deixava assustada.

Célia acabou retornando a ligação para Virgílio e perguntou se poderia levar um amigo junto, com a desculpa de que ele estava muito sozinho, e que tinha acabado de sair de um relacionamento complicado. Mas, na verdade, ela queria apenas alguém que pudesse lhe defender, caso Virgílio agisse com suas “estranhices”.

De tardinha, a campainha da casa de Célia tocou, era Bruno. Moreno alto, cerca de 23 anos, bem arrumado, jovem. Abraçou a amiga, abriu a porta do carro para ela, e foram para o barzinho encontrar com Virgílio.

Virgílio estava ansioso, sempre encontrara com a amiga, mas agora era diferente. Ele tinha tomado iniciativa, e iria investir na amiga. Olhava o relógio de 5 em 5 minutos.
Na mesa uma garrafa já quase vazia do vinho argentino Weinert Cabernet Sauvignon. Bebia para se acalmar.

Célia e Bruno chegaram até a mesa que Virgílio estava. Célia apresentou Bruno para Virgílio, e sentaram à mesa.

Silêncio entre eles. Virgílio olhava para Bruno com ódio. Bruno era mais novo que Virgílio, era simpático e possuía um jeito jovial que ele já perdera com o passar dos tempos. Estava com medo de ter perdido Célia para Bruno.

O clima estava pesado.Célia já tinha notado que Virgílio bebeu quase toda a garrafa do vinho antes deles chegaram....provavelmente já estava sob os efeitos do álcool. Esta seria uma noite difícil.

                                                                                                                                          continua ......