O sabor amargo do Vinho
tinto - parte 2
Thiago Satiro Salvador
Virgílio pegou o telefone novamente, confiante, e ligou para
Célia. Dessa vez ele falou.
-Célia, er.....(soluços nervosos)....Célia....você gostaria
de sair comigo hoje à noite? Podemos tomar um bom vinho, colocarmos os assuntos
em dia e escutar uma música ao vivo. Um amigo meu estará tocando nesta noite em
um bar que se localiza na orla da Pampulha.
Célia aceitou o convite, afinal era normal eles encontrarem
para jogar conversa fora, embora, tivesse notado que Virgílio estava estranho
nos últimos dias. Estranho.... Isso
a deixava assustada.
Célia acabou retornando a ligação para Virgílio e perguntou
se poderia levar um amigo junto, com a desculpa de que ele estava muito
sozinho, e que tinha acabado de sair de um relacionamento complicado. Mas, na
verdade, ela queria apenas alguém que pudesse lhe defender, caso Virgílio agisse
com suas “estranhices”.
De tardinha, a campainha da casa de Célia tocou, era Bruno. Moreno
alto, cerca de 23 anos, bem arrumado, jovem. Abraçou a amiga, abriu a porta do
carro para ela, e foram para o barzinho encontrar com Virgílio.
Virgílio estava ansioso, sempre encontrara com a amiga, mas
agora era diferente. Ele tinha tomado iniciativa, e iria investir na amiga. Olhava
o relógio de 5 em 5 minutos.
Na mesa uma garrafa já quase vazia do vinho argentino Weinert Cabernet Sauvignon. Bebia para
se acalmar.
Célia e Bruno chegaram até a mesa que Virgílio estava. Célia
apresentou Bruno para Virgílio, e sentaram à mesa.
Silêncio entre eles. Virgílio olhava para Bruno com ódio.
Bruno era mais novo que Virgílio, era simpático e possuía um jeito jovial que
ele já perdera com o passar dos tempos. Estava com medo de ter perdido Célia
para Bruno.
O clima estava pesado.Célia já tinha notado que Virgílio
bebeu quase toda a garrafa do vinho antes deles chegaram....provavelmente já
estava sob os efeitos do álcool. Esta seria uma noite difícil.
continua ......