quarta-feira, 4 de julho de 2012

Esperança

 Autor: Thiago Satiro

Alguém bateu no portão da minha casa. Fui até ele, abri, não encontrei ninguém.
Juro que ouvi o bater no portão, mas tudo indicava que eu estava enganado.

Onde está o ser que bateu no meu portão?

Fico ansioso, entro novamente em casa, mas ainda com a sensação estranha
Sensação esta, de que alguém brincava com a minha cara.
Sento no sofá, ligo a tv novamente, passando um programa de entrevistas.
TÉDIO. Mudo o canal de tv, procurando algum desenho , quando ....

TOC, TOC TOC.....
Batem no portão novamente.
Vou ansioso para descobrir quem bateu no meu portão, não vejo nada.
Nada. Absolutamente NADA. Confuso, volto para a sala.
Enquanto estou assistindo um desenho de um passarinho azul com cabelo vermelho, fico pensando qual barulho seria aquele, já que não tinha ninguém batendo no portão.

Ninguém batia naquele portão, já fazia uns dias, e só de pensar que alguém, uma pessoa estaria batendo no portão, mesmo que fosse apenas para pedir um pão, já seria de extrema importância pra mim . Um ser humano queria algo comigo.

Alguém batia no meu portão, e esse alguém não bateria à toa, esse alguém queria falar comigo, e assim me senti importante.
Mas sempre que eu ia ver, não encontrava nada.
Como alguém bateria duas vezes na sua casa e não deixaria nem rastro?

Levantei novamente, fui no portão, mas dessa vez, me adiantei e fui antes que alguém tivesse tempo de bater.
ABRI e NADA.
Nenhuma alma viva, a não ser um cachorro que estava fuçando o lixo, e que se assustou comigo ao abrir o portão. Não sou muito carinhoso com animais, aliás, eles não gostam de mim, talvez seja por isso que as pessoas também não me procuram, talvez eu não me dê bem com seres vivos.

Decidi então que iria ficar atrás do portão, de guarda, para que assim que batessem no portão, eu abriria e assim daria um fim à essa sensação estranha que me matava aos poucos. Fiquei cerca de 4 horas debaixo do sol, olhando pelo "olho mágico", e de fato muito mágico, pois não conseguia ver ninguém passando perto da minha casa.

Cansado, abri o portão, sentei meio que na rua, e pensei que alguém tinha esbarrado em mim.
Descrente,  ignorei meus pensamentos e olhei para o céu. Estava anoitecendo.
Exausto, dessa vez senti algo frio encostando no meu braço.
Assustado, virei e me deparei com uma presença não esperada, se bem que eu já não esperava mais nada da vida.

Com um brilho nos olhos, ela olhou pra mim, empurrou meu braço com seu focinho, e deitou no meu colo.

Quem estava batendo no meu portão, era esse cachorro, na verdade uma cachorrinha, tinha por volta de uns 4 anos, estava meio suja, e procurava carinho. O destino havia me pregado uma peça. Eu esperando uma pessoa no portão, e acabei por ignorar que ali perto da minha casa, estava uma cachorrinha sozinha, igual a mim, esperando que alguém lhe desse atenção.

Entrei dentro de casa, dei um banho na cachorrinha, e notei que ela já estava feliz, abanando o rabinho.
Fui para a sala, liguei a tv, ela subiu no sofá, deitou no meu colo, e ficamos assistindo desenho.

Olhei para ela, e lhe dei o nome de Esperança.

Esperança, ahhh Esperança!!!







Um comentário: